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AUMENTO NO PREÇO DO GESSO, SAIBA O MOTIVO?

Começo de 2018 vi meus colegas gesseiros quase pirarem com o aumento no preço do gesso em saco e placas de 60×60.

Em muitos estados o preço do gesso aumentou cerca de 40% fazendo com que muitos gesseiros pensassem até em abandonar a profissão.

Mas porque o preço do gesso aumentou tanto?

Em teoria foi por conta do Decreto 45.501/2017, assinado pelo governador Paulo Câmara no final do ano passado

Esse Decreto irá simplificar a cobrança de ICMS da cadeia produtiva de gipsita, gesso e derivados no Estado de Pernambuco. O recolhimento do tributo será concentrado nas mineradoras, exonerando o restante da cadeia nas operações relacionadas às saídas internas, interestaduais e exportação de gipsita e derivados

Pernambuco é o maior produtor de gesso do Brasil, responsável por mais de 90% da produção nacional.

É o estado que possui as maiores reservas de gipsita do país, a maior parte concentrada no dinâmico Polo Gesseiro do Araripe, abrangendo os municípios de Trindade, Araripina, Bodocó, Ipubi e Ouricuri.

Extração de Gipsita

Só para se ter uma ideia, existem 40 minas de gipsita instaladas na região. Essa atividade produtiva também conta com aproximadamente 180 empresas calcinadoras, responsáveis pelo processo de transformação da gipsita em gesso, que agora, estarão dispensadas de recolher o ICMS.

O Decreto contempla ainda, 300 fábricas de artefatos de produtos de gesso, onde são produzidas as placas e blocos de gesso utilizados na construção civil e em outras atividades.

A extração e processamento da gipsita são a atividade econômica mais relevante do Sertão do Araripe, movimentando mais de 70 milhões de reais.

Outro fator que contribuiu para o aumento do preço do gesso:

Mesmo com os constantes aumentos do combustível o preço do gesso não era reajustado a um bom tempo.

Nós gesseiros sabemos que o transporte rodoviário praticamente dobra o valor do gesso.

Quando compramos uma tonelada de gesso em pó que custa em média R$200,00, pagamos o mesmo valor pelo transporte. Ou seja, R$200,00 do gesso + R$200,00 do frete = R$400,00 por tonelada.

O frete é um fator limitante, sobretudo quando se fala em mercado internacional e competitividade.

As grandes empresas do Sudeste e Centro-oeste do Brasil preferem importar a gipsita da Espanha do que comprar da gente. Ou seja, um produto que vem de navio do outro lado do mundo sai mais barato que o vendido aqui.

Mas isso poderia ser diferente…

Os números também explicam os benefícios que a ferrovia Transnordestina poderia trazer. Para se ter ideia, um vagão transporta em torno de 100 toneladas, em média cinco vezes mais que um caminhão.

Cada locomotiva leva cerca de 20 vagões. Além de aumentar a capacidade de escoamento, o frete ferroviário custa um terço do rodoviário.

O transporte rodoviário é mais caro, mais lento, menos eficiente e tem mais desperdício. A Transnordestina nasceria para desatar esse nó e desenvolver a região.

Porém a ferrovia está a mais de 10 anos em obra e tem pouco mais de 50% concluída.

O que nós gesseiros devemos fazer?

O que resta para nós gesseiros é explicar essa situação para o cliente e repassar o aumento.

Não podemos nos apavorar e baixar ainda mais o preço de nossa mão de obra que já está tão defasada.

Pegamos como exemplo os donos de postos de combustível e supermercado, eu nunca vi nenhum deles reclamarem do aumento de seus produtos, eles simplesmente repassam o aumento para o cliente e pronto.

É isso que devemos fazer, alias, vejo isso como uma boa oportunidade para reajustarmos nossos preços. Mas para isso precisamos nos unir, de nada adianta apenas alguns colegas repassarem o aumento e outros não.

Compartilhe esse artigo em suas redes sociais para que seu cliente fique sabendo o motivo do aumento no preço do gesso. Assim fica mais fácil reajustarmos. Juntos somos mais fortes.

Fontes: G1.globo.com , diariodepernambuco.com.br

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